CELESC
29/11/2014

A situação de abandono das subestações da Celesc está transformando o patrimônio da empresa em armadilha para os trabalhadores. A falta de segurança e o descaso com as instalações da empresa vêm ocasionando furtos e arrombamentos, pondo em risco os trabalhadores. Durante este ano cerca de 20 boletins de ocorrência foram registrados na região de Itajaí e Blumenau, evidenciando uma política que aceita passivamente inúmeros prejuízos, além de sacrificar a saúde e segurança dos celesquianos. Arrombamentos e furtos se tornaram constantes, aumentando a situação de insegurança entre os trabalhadores. O medo de encontrar algum infrator dentro das subestações permeia o dia a dia dos trabalhadores que prestam serviço lá. Na SE Salseiros um dos operadores chegou a ficar frente a frente com um invasor, que fugiu após o susto.
À luz do dia ladrões invadem e roubam as instalações da Celesc. Na SE Salseiros, em Itajaí, houve invasão e roubo mesmo com trabalhadores lotados no local. Ao deixar a subestação seja para almoçar ou para efetuar serviços na rede, os trabalhadores sequer podem deixar pertences dentro dos carros, pois os mesmos também já foram alvos dos bandidos.
A sensação de insegurança é tamanha que uma empresa terceirizada que trabalhava nas SE´s do Vale do Itajaí teve que contratar escolta armada, com auxilio de cães de guarda, para dar segurança a seus funcionários. Não é mera paranóia. Enquanto trabalhavam nas subestações da Celesc, funcionários da terceirizada avistaram pessoas andando armadas no lado de uma SE.
Além disso, outro inimigo mortal fica oculto, esperando para atacar: o acidente de trabalho. Os principais alvos de furto são aterramentos e outros componentes do sistema que podem ocasionar graves acidentes.
Recentemente a cidade de Balneário Camboriú sofreu com um apagão, resultado de um roubo mal sucedido onde o ladrão levou uma descarga elétrica de uma rede de 69.000 volts e faleceu no hospital. Além de conjuntos de aterramento os boletins de ocorrência registram roubos de extintores, ar condicionados, chaves de veículos e quebra de vidros.
O descaso com a saúde dos trabalhadores não se restringe à sua segurança. A falta de manutenção e limpeza nas subestações pode dar uma nova oportunidade à Aneel de multar a Celesc. No pátio de várias subestações o mato toma conta, mas é ao entrar na casa de comando que a falta de zelo toma proporções épicas. Os banheiros e a sala de comando de algumas subestações simplesmente não são mais limpos.
Com as subestações abandonadas, trabalhadores da área de limpeza não são deslocados para efetuar a higienização do ambiente, deixando a situação caótica para os eletricitários que precisam fazer intervenções nas subestações.
Com tamanha insegurança e descaso, a grande questão é: quem irá entrar, nos dias de trovoadas, nas subestações para manobrar equipamentos que não estão mais aterrados? Em que condições o empregado da Celesc vai entrar nas subestações durante a noite, já que o risco de ser assaltado é real e muito elevado? Os trabalhadores não podem ficar a mercê de insegurança e a sociedade não pode ficar desprotegida.
A Diretoria precisa dar condições de trabalho e de segurança aos celesquianos. E com urgência, pois é questão de tempo para uma nova tragédia.